José de Freitas, 23 de novembro de 2024

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Governo do Piauí desenvolve tecnologia de reconhecimento facial para solucionar crimes

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Governo do Piauí desenvolve tecnologia de reconhecimento facial para solucionar crimes

O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI), lançou, nesta quarta-feira (06/11), duas ferramentas que prometem melhorar e modernizar a inteligência policial no estado. Durante o Workshop “LGPD e Segurança: Conectando Privacidade e Eficiência”, realizado no Centro de Educação em Tempo Integral (Ceti) Governador Dirceu Arcoverde, foram apresentadas o Lupa App e Face PI.

O Lupa permitirá aos policiais militares consultas em tempo real, durante abordagens, enquanto o Face PI, com uma base de dados de 800 mil rostos piauienses, utilizará tecnologia de reconhecimento facial para ajudar na resolução de crimes.

O Lupa App é um aplicativo que vai estar à disposição de 100% dos operadores de segurança pública do Piauí, o que totaliza cerca de 9 mil policiais. A aplicação para smartphones facilita consultas no celular do profissional em tempo real sobre pessoas, veículos, crimes, celulares roubados/furtados, mandados de prisão em aberto, histórico policial e mais, tudo isso utilizando segurança e dados criptografados.

Já o Face PI está em fase de estudos, pois existe um limite entre o combate a crimes e o direito à privacidade. Para a tecnologia, o Núcleo de Estudos Avançados em Segurança Pública do Piauí (DataSSP) desenvolveu um algoritmo próprio e eficiente de reconhecimento facial, além de realizar um treinamento com rostos piauienses para melhorar a performance da plataforma.

Tecnologia de ponta para elucidar crimes

O governador Rafael Fonteles destaca que tecnologias como esta facilitam uma segurança pública mais eficiente. “Estamos focando em soluções a partir da inteligência e integração de dados. O que estamos aplicando aqui, está sendo exemplo para todo o Brasil. Estamos avançando com essas ferramentas. Temos orgulho da nossa polícia, que proporciona os menores indicadores de violência e o menor índice de letalidade policial. Queremos uma cultura de paz promovida à inteligência e melhoria da cultura do povo. A tecnologia deve seguir esse princípio, respeitando a democracia e os direitos humanos”, avalia o gestor.

Para Chico Lucas, secretário de Segurança Pública do Piauí, é preciso discutir com a sociedade piauiense o uso dos aplicativos, sobretudo o Face PI. “Até onde a gente pode usar a tecnologia para perseguir os criminosos, para elucidar os crimes sem ferir a intimidade e a privacidade das pessoas? Esse debate é importante, ainda mais porque vivemos num estado de direito, e por isso que a gente vem de diferentes setores para falar sobre o assunto, mas sem esquecer esse mundo de inteligência artificial e outras tantas tecnologias tão importantes”, considera o gestor.

Governo do Piauí desenvolve tecnologia de reconhecimento facial para solucionar crimes

Lupa é responsável por 20% da recuperação de celulares

Antes de ser desenvolvido como um aplicativo, o Lupa funcionava como um bot por aplicativo de mensagem e apresentou resultados positivos desde a implantação. Cerca de 50 celulares roubados ou furtados foram recuperados apenas no primeiro dia de uso da ferramenta.

O bot foi responsável por 20% do total de celulares recuperados no estado. Ao todo, foram realizadas 264 mil consultas com 52.306 resultados positivos. A média é de 720 consultas por dia. Esses números devem crescer, agora que a ferramenta poderá ser acessada por meio de um aplicativo. “Cada policial vai poder baixar o aplicativo e fazer as consultas que geralmente ele precisaria de um computador para fazer. Então, fez uma abordagem na rua, quer verificar se aquele documento é verdadeiro, se aquele celular é roubado, toda essa informação vai estar na mão do policial”, revela o diretor de Inteligência da Secretaria de Segurança, o delegado Anchieta Nery.

Sobre o Face PI, a aplicação vai passar por fase de discussão pública. “A gente vai submeter a testes pelos profissionais da TI, do direito, saber se não há ali o que se chama de discriminação algoritma, saber se o grau de assertividade dele é bom e aí vamos regular o uso dele pela SSP e num momento final passar de fato a utilizá-lo”, finaliza Nery.

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