Uma relação que já era forte se tornou ainda mais resistente por meio de um ato de amor e generosidade. Na semana passada, Gabriel Soares, de 63 anos, entrou no centro cirúrgico de um hospital particular de Teresina para receber um rim. A doadora foi sua filha, Gabriela Soares, 34 anos. O transplante aconteceu sem nenhuma intercorrência.
Segundo o hospital, pai e filha continuam internados e aguardam liberação para festejar o Natal em casa.“Ambos estão muito bem. O Sr. Gabriel com rim funcionando, ficará na UTI, como rotina e depois segue para o quarto. Enquanto a sua filha segue internada por apenas dois dias”, disse o nefrologista Avelar Alves, coordenador da equipe de transplantes do Hospital.
Desde 2019, Gabriel realizava hemodiálise por conta de cálculo renal e da nefrectomia (procedimento que faz a remoção cirúrgica de um rim) devido um câncer no órgão. Ele foi indicado para realização do transplante e decidiu fazer o procedimento há seis meses. Deste então, pai e filha se prepararam para o grande momento que chegou como um presente de Natal antecipado.
O transplante renal é indicado em casos de insuficiência renal crônica. “Para pacientes com essa condição, ou fazemos hemodiálise ou transplante. Como ele já fazia hemodiálise há quatro anos, o melhor tratamento era o transplante. Isso em termos de recondução social e produtiva do paciente e, principalmente, na melhora da qualidade de vida”, ressalta o médico.
De acordo com dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), em 2021 mais de 15 mil pacientes esperavam por um rim. Já os dados do Ministério da Saúde no Brasil, mostram que o transplante renal representa cerca de 70% do total de transplantes de órgãos no país. Esse percentual coloca o Brasil na terceira posição mundial entre os maiores transplantadores de rim.