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Conhecido militante do PT de Foz do Iguaçu, o guarda municipal Marcelo Arruda comemorava na noite de ontem o aniversário de 50 anos em festa decorada com fotos de Lula e símbolos do partido, quando o agente penitenciário federal Jorge José da Rocha Guaranho invadiu o evento. Aos gritos de “Bolsonaro” e “mito”, segundo relatam testemunhas, o homem ameaçou os presentes e saiu. Arruda foi até o carro para pegar a arma, temendo que Guaranho voltasse. Os dois se reencontraram e o agente penitenciário atirou no aniversariante, que, mesmo ferido, revidou. Ambos morreram.
Marcelo Arruda era diretor do Sindicato dos Servidores Municipais de Foz (Sismufi), tesoureiro do PT municipal e foi candidato a vice-prefeito. Era casado e tinha quatro filhos – entre eles uma menina de seis anos e um bebê de apenas um mês.
No estacionamento da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu, onde acontecia a festa, Guaranho deu dois tiros em Arruda, segundo testemunhas, que conseguiu revidar e atingir o agressor com um tiro na cabeça. O agente penitenciário teve morte cerebral confirmada pelos médicos, enquanto o guarda municipal chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos.
“Se Marcelo não tivesse reagido o homem teria feito uma chacina dentro da festa”, disse uma das pessoas que participava da comemoração.
Em seu perfil no Twitter, o ex-presidente Lula comentou o corrido. “Nosso companheiro Marcelo Arruda comemorava o seu aniversário de 50 anos com a família e amigos, em paz, em Foz do Iguaçu. Filiado ao Partido dos Trabalhadores, sua festa tinha como tema o PT e a esperança no futuro; com a alegria de um pai que acabou de ter mais uma filha”, escreveu Lula. “Uma pessoa, por intolerância, ameaçou e depois atirou nele, que se defendeu e evitou uma tragédia maior. Duas famílias perderam seus pais. Filhos ficaram órfãos, inclusive os do agressor. Meus sentimentos e solidariedade aos familiares, amigos e companheiros de Marcelo Arruda”
Lula termina o texto se referindo à família do agente penitenciário bolsonarista: “Também peço compreensão e solidariedade com os familiares de José da Rocha Guaranho, que perderam um pai e um marido para um discurso de ódio estimulado por um presidente irresponsável. Pelos relatos que tenho, Guaranho não ouviu os apelos de sua família para que seguisse com a sua vida. Precisamos de democracia, diálogo, tolerância e paz”.
A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann, também lamentou, em nota. “Desde o começo do ano, quando lançou uma Campanha Nacional contra a Violência Política, o PT vem alertando a sociedade brasileira e as autoridades dos vários Poderes da República para a escalada de perseguição a parlamentares, filiados e filiadas, militantes de movimentos sociais e de outros partidos de esquerda e o crescimento da violência política no país”, diz o texto.
“Embalados por um discurso de ódio e perigosamente armados pela política oficial do atual Presidente da República, que estimula cotidianamente o enfrentamento, o conflito, o ataque a adversários, quaisquer pessoas ensandecidas por esse projeto de morte e destruição vêm se transformando em agressores e assassinos”, escreveu Gleisi.